sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Imaturidade

Olho ao longe... E posso vê-la sentada, sozinha, olhando sabe lá o que. Ela parece tão triste. São vinte e poucos anos apenas e estão refletidos nos seus olhos, e parece que em tanto tempo tão pouco ela aprendeu.

Ela parece tão magoada... Talvez seja por que acaba de perceber que por mais gente que tenha ao seu redor, dentro de si ela vai estar sempre só.
Será quando é que ela vai aprender que enquanto sorri muitos sorrisos lhe são retribuídos, mas assim que esse sorriso sair do seu rosto todos vão se afastar?
E quando ela vai perceber que não adianta tentar ajudar pessoas que não dão a mínima pra ela na intenção de que elas passem a se importar?
Quando ela vai se tocar do fato de que se ela não se importar consigo ninguém será capaz de fazer isso?
Quando ela vai crescer?
Quando EU vou crescer?

Estou aqui sentada, triste, sozinha... É como se eu pudesse ver minha imagem ao longe com esse meu olhar distante pensando exatamente no que eu sou e principalmente no que eu posso ser. Será mesmo que quero continuar a ser essa menina tola?

Será que ela quer continuar sendo essa menina tola?

Olhar ela assim por fora é tão mais fácil. Mas sei que um turbilhão de coisas passam em sua mente. Ela tem ódio nos olhos. Que boba. Não tem ódio dos outros ou do mundo ou até mesmo das coisas... É dela mesmo que tem ódio. Ódio de ser essa menina de quem a maturidade parece passar tão longe. E ela vai se odiar até perceber que não vai adiantar nada se continuar onde ela está, parada, pensando em todas as suas bobagens. Não adianta nada estar olhando ao longe pensando no tempo que tem perdido... Talvez ela perceba que está em tempo de fazer alguma coisa.

É isso... Há tempo... Eu tenho tempo... Eu posso fazer algo... Eu posso.

Ela sabe. Ela sempre soube! Mas nem por isso agiu diferente antes, dessa vez vai agir?Será que vai aceitar seus erros e deixar de odiar tanto a si? Será que vai entender do que realmente precisa de uma vez por todas? Ela sabe que precisa crescer, só o que ela ainda não sabe é que não precisa de mais nada além de si...

L

5 comentários:

Anônimo disse...

Texto perfeito. Vc é muito inteligente em suas escolhas de palavras. Parabéns

Anônimo disse...

Parebens pelo blog Larrisa, nossa e como você escreve bem. Gostei muito dos seus posts, só belos textos. Devia existir mais mulheres assim como você, alem de muito bela também muito inteligente. Sempre que puder estarei aqui visitando. Você ganhou um fã, continue assim...
bjss, se cuida

Anônimo disse...

Criei coragem para ler teu blog e pude perceber o quão transparente tu te tornas por trás desse pc. Te acompanhei esse ano como um mero colega mas com uma análise de um profundo amigo. Mas e o teor da análise? Ah, isso ainda vai ser tema de um dos teus próximos textos...
;)

HILTON FRANCO disse...

Espetacular os seus textos. Quando quiser publica-los no meu site,me envia que será um privilegio posta-los.
Acesse www.hiltonfranco.com.br

Add hilton_franco@hotmail.com

Ah,parabens pela sua beleza também.Rsrsrs.

Anônimo disse...

Os vinte e poucos anos se mantiveram, porém Larissa já não é mais a mesma.

É óbvio que o tempo provoca mudanças em cada um de nós, não há como ser diferente, mas a amplitude e a relevância dessas alterações depende diretamente das nossas escolhas.

Por isso, me atrevo a dizer que o texto não teria o mesmo título se estivesse sendo redigido nesse instante. Talvez “Maturidade” seria o que melhor reflete a menina da qual me reporto.

Larissa alcançou seu objetivo, amadureceu como poucos conseguiriam em tão pouco tempo.

Os caminhos tortuosos que percorreu cumpriram o papel de ensiná-la a ser mais segura de suas necessidades, mais inclinada a importar-se consigo e a deixar de lado opiniões duvidosas de pessoas que lhe retribuíam o sorriso por mera conveniência.

Ela já não se sente tão só, mesmo que tal sensação retorne em alguns momentos, como um pesadelo inacabado.

Ela percebeu que o vento pode soprar em outras direções e a vida é capaz de proporcionar-lhe gratas surpresas.

Aliás, Larissa conseguiu preservar o que havia de bom em suas convicções e com doses preciosas de maturidade forjou sua atual personalidade, esta com a qual me deparei.

Nada melhor do que aceitar os erros, deixar o ódio de lado e fortalecer a alma.

Porém, não se espante se a Larissa boba e imatura voltar à cena. O passado de vez em quando nos faz esse resgate involuntário.

É uma excelente oportunidade para agradecê-la e reconhecer que os seus equívocos foram para você valiosas lições. Não a ignore, pois o passado sempre tem algo de bom a nos oferecer.

Diga a ela que o pior já passou, que poderia ter ocorrido com qualquer um e que a bobagem e a tolice não é de todo um mal.

Enfim, você já deve ter feito isso.

A Larissa de hoje é madura o suficiente para entender o quão importante foi viver tudo aquilo.

Ela é o reflexo das próprias dificuldades. Um admirável reflexo.